sexta-feira, 2 de abril de 2010

Íntimos da Cruz

"Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua." Jo. 19, 25-27 

Esta é a imagem que mais me marcou hoje. O momento em que Cristo se expõe por inteiro, é também o momento em que Cristo faz um dos pedidos mais íntimos da Sua vida.

Maria não desiste do seu Filho, ela acredita que as Palavras de Jesus, não podiam ser ocas, a Cruz não podia ser o fim. Maria, agora como mãe, recorda no seu íntimo todas as facetas de Jesus desde criança até aos últimos dias.

O pranto de Maria é mais que compreensível, pois é contra-natura uma mãe assistir à morte de um filho.

Também o Apostolo, diante da Cruz, pensava nas palavras de Jesus, que o fizeram deixar tudo, casa, profissão, família, terra, etc. Agora a confusão tinha-se apoderado desse homem, esperava, angustiado, que Cristo lhe desse as directrizes para seguir a sua vida.

O vazio e o silêncio daquela colina eram interrompidos no soluçar conformado de Maria, nos suspiros de dúvidas do apóstolo e pelo respirar agonizante de Cristo.

Jesus rompe a monotonia do momento com um último pedido, ou talvez com a reposta às dúvidas e angustias que atormentavam Maria, Sua Mãe e o Seu discípulo.

O silêncio que se sentiu após o pedido, é o sinal mais que evidente da resposta afirmativa de ambos, aquele ultimo desejo de Cristo, foi a resposta que ambos esperavam.

Afinal Jesus, não os deixam sós, à Mãe apresenta um novo filho, e ao Seu filho, apresenta uma nova Mãe... E com isto uma nova vida para os dois, fundamentada no que Jesus lhes tinha ensinado!

Acredito, que no momento da Cruz, Cristo tenha conversado e confortado aqueles que se atreveram a ficar junto da Cruz. Mas essa foi uma conversa intimíssima, que ninguem registou ou ousou revelar. E, ainda que fosse revelada, seria impossível compreender… Pois essa conversa que Cristo tem com cada um, é um emaranhado de cumplicidade e complexidade a dois… não é isso que acontece na oração?!?!?

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