terça-feira, 20 de abril de 2010

Quem és Tu?!?!?

O Evangelho de hoje, num dos sites onde costumo ler os Evangelho, tinha esta oração como comentário...

Quem és, suave luz que me sacias
E que iluminas as trevas do meu coração?
Guias-me como a mão de uma mãe,e se me soltasses
não mais poderia dar um só passo.
És o espaço, que envolve o meu ser e me protege.
Longe de Ti, naufragaria no abismo do nada
de onde me tiraste para me criar para a luz.
Tu, mais próximo de mim do que eu própria,
mais intimo do que as profundezas da minha alma,
e contudo incompreensível e inefável,
para além de qualquer nome,
Espírito Santo, Amor Eterno!

Não és Tu o doce maná
que do coração do Filho
transborda para o meu, o alimento dos anjos e dos bem-aventurados?
Aquele que Se elevou da morte à vida
também me despertou do sono da morte para uma vida nova.
E, dia após dia, continua a dar-me uma nova vida,
de que um dia a plenitude me inundará por completo,
vida procedente da Tua vida, sim, Tu mesmo,
Espírito Santo, Vida Eterna!

                          Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein]
                           Camelita, Martir (1891-1942)

uma oração, muito oportuna nesta tempo de Páscoa, não acham?!

domingo, 11 de abril de 2010

Ser testemunha da ressurreição

Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas Tiago respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.» Jo. 20, 25


No Domingo de Páscoa, li uma notícia onde dizia que “um quarto dos portugueses acredita que com a morte tudo acaba. Os dados do estudo da socióloga da Universidade do Porto, Helena Vilaça, mostram que entre estes estão 10% de católicos que vão com regularidade a missa e 26% que o fazem ocasionalmente.” DN 05-04-2010


É sem duvida o grande mistério da fé cristã! Ainda mais quando vivemos numa época em que a sociedade exige respostas concretas para todos os porquês…!!!


De facto o Mistério da Ressurreição de Cristo, sempre suscitou duvidas até nos próprios apóstolos! Mas a fé não é instantânea, passa por várias fases até amadurecer, precisa de tempo... não só para crescer, mas também para saborear... 


Não basta ler a Sagrada Escritura, é preciso aplicá-la na nossa vida! Acreditar na ressurreição é, como dizia o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, “aceitar que Jesus Cristo está vivo, é tremendamente actual, é um desafio de amor e de eternidade na precariedade do horizonte restrito da nossa existência histórica».

Em suma, é ser testemunho de Cristo Vivo e Ressuscitado no meu dia-a-dia! Assim como testemunharam os apóstolos e têm testemunhado tantos homens e mulheres ao longo destes 2000 anos!!!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Íntimos da Cruz

"Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua." Jo. 19, 25-27 

Esta é a imagem que mais me marcou hoje. O momento em que Cristo se expõe por inteiro, é também o momento em que Cristo faz um dos pedidos mais íntimos da Sua vida.

Maria não desiste do seu Filho, ela acredita que as Palavras de Jesus, não podiam ser ocas, a Cruz não podia ser o fim. Maria, agora como mãe, recorda no seu íntimo todas as facetas de Jesus desde criança até aos últimos dias.

O pranto de Maria é mais que compreensível, pois é contra-natura uma mãe assistir à morte de um filho.

Também o Apostolo, diante da Cruz, pensava nas palavras de Jesus, que o fizeram deixar tudo, casa, profissão, família, terra, etc. Agora a confusão tinha-se apoderado desse homem, esperava, angustiado, que Cristo lhe desse as directrizes para seguir a sua vida.

O vazio e o silêncio daquela colina eram interrompidos no soluçar conformado de Maria, nos suspiros de dúvidas do apóstolo e pelo respirar agonizante de Cristo.

Jesus rompe a monotonia do momento com um último pedido, ou talvez com a reposta às dúvidas e angustias que atormentavam Maria, Sua Mãe e o Seu discípulo.

O silêncio que se sentiu após o pedido, é o sinal mais que evidente da resposta afirmativa de ambos, aquele ultimo desejo de Cristo, foi a resposta que ambos esperavam.

Afinal Jesus, não os deixam sós, à Mãe apresenta um novo filho, e ao Seu filho, apresenta uma nova Mãe... E com isto uma nova vida para os dois, fundamentada no que Jesus lhes tinha ensinado!

Acredito, que no momento da Cruz, Cristo tenha conversado e confortado aqueles que se atreveram a ficar junto da Cruz. Mas essa foi uma conversa intimíssima, que ninguem registou ou ousou revelar. E, ainda que fosse revelada, seria impossível compreender… Pois essa conversa que Cristo tem com cada um, é um emaranhado de cumplicidade e complexidade a dois… não é isso que acontece na oração?!?!?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Amor incompreensível

Pedro rejeita a intenção de Jesus lhe lavar os pés, contudo, Jesus insiste e diz “O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depoisJo 13, 7.

Cristo, usa este exemplo prático, para de um modo concreto explicar o mandamento do Amor.
Contudo o que parece mais simples é muitas das vezes o mais difícil! Quantas vezes já escutei esta passagem e este mandamento?! Mas quão difícil é ser humilde, mais! Quão difícil é humilhar-me, ou descer de certos pedestais?!

Podia dizer que é receio das reacções cruéis da Sociedade, mas o maior entrave vem mesmo de dentro de mim, pois, não sou eu também Sociedade?!

Com ousadia e um pouco de rebeldia, arrisco-me a dizer que o Amor que Cristo me pede, é uma essência que mistura o incompreensível e ambíguo com a realidade diária, cheia de sinais de Deus, e onde a minha tarefa é discernir tais sinais, e procurar neles o caminho para esse Amor!

Contudo, tenho que superar muitos obstáculos mundanos e sociais para que possa limpar a neblina que paira sobre essa teoria de Amor, que é de todo diferente a um amor matrimonial, filial ou a simples amizade.

Este Amor que Cristo projectou, terá que ultrapassar a barreira das diferenças raciais, sociais e sobretudo das inimizades.

Há primeira vista parece simples, mas não é…

Mas ser de Cristo, também é aceitar as nossas falhas e lutar para as debelar.