domingo, 8 de janeiro de 2017

Prostrando-se, adoraram-nO

"Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho." Mt. 2, 9-12

Muito haveria para falar sobre os Magos que foram a Belém, para ver o Menino Jesus... mas hoje parei na imagem dos Magos que ao chegarem ao estábulo, prostraram-se e adoraram o Menino. Tudo parece normal, mas não, não é! 
Actualmente pouco ou nada nos incomoda, tudo é normal, ou não é nada connosco, ou então se nos diz algo, procuramos não nos envolvermos com o que nos pode incomodar ou perturbar.
Os Magos prostraram-se, ou seja, inclinaram-se, aproximaram-se... de um bebé deitado numa manjedoura, num estábulo onde animais dormitavam... um cenário que em tudo contrasta para homens sábios, provavelmente habituados a confortos de palácios, ainda assim, num desprendido gesto de humildade, inclinaram-se aos pés da manjedoura onde um bebé dormia, inocentemente. Diariamente somos convidados a "desmontar" das nossas superioridades, invejas, grandezas e preconceitos, para também nós, a exemplo dos Magos, nos prostrarmos diante de Cristo revelado naqueles que como o Menino da manjedoura, necessitam de todos os cuidados, atenção e amor para viverem...
Por fim, os Magos adoraram. Depois de terem caminhado dias e noites, tiveram ainda disponibilidade para rezar e dar graças. Que tempo guardamos nós para a oração, para agradecer... corremos durante todo o dia, fazemos programas para o dia seguinte, mas raramente guardamos espaço para o encontro com Deus... 
Afinal, o relato da visita dos Magos ao Menino Jesus, tem muito para reflectir e podemos tirar desse episódio muitas lições para a nossa vida...

No inicio deste ano civil, olho para a humildade dos Magos e para o seu entusiasmo em procurar e encontrar Jesus, para que também eu seja contagiado por esse desejo de adorar o Menino...

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Somos instrumentos da Paz e Amor de Deus

Diz São Paulo aos Colossenses (cap. 3):Revesti-vos, pois, de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente. Tal como o Senhor vos perdoou, fazei-o vós também.
Reine nos vossos corações a paz de Cristo, e sede agradecidos. Que a palavra de Cristo habite em vós com toda a sua riqueza e tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando graças por Ele a Deus Pai.
Por fim, no que fizerdes, trabalhai de todo o coração, como quem o faz para o Senhor e não para os homens, sabendo que é de Cristo que recebereis a herança como recompensa.”



A paz constrói-se dia a dia na busca da ordem querida por Deus e pode florescer somente quando todos reconhecem as próprias responsabilidades na sua promoção. Para prevenir conflitos e violências, é absolutamente necessário que a paz comece a ser vivida como valor profundo no íntimo de cada pessoa: só assim pode estender-se às famílias e às diversas formas de agregação social (…). A paz é, portanto, «fruto de uma ordem inscrita na sociedade humana pelo seu Divino Fundador e que os homens, sempre desejosos de uma justiça mais perfeita, hão-de fazer amadurecer» (DSI, 495)


"Os cristãos leigos devem fortificar a sua vida espiritual e moral, através da oração, amadurecendo, assim, as competências exigidas para o cumprimento dos próprios deveres sociais. (…). Na experiência do crente, de facto, «não pode haver ... duas vidas paralelas: por um lado, a vida chamada “espiritual”, com os seus valores e exigências; e, por outro, a chamada vida “secular”, ou seja, a vida da família, do trabalho, das relações sociais, do empenhamento político e da cultura»" (DSI, 546)

Hoje, ao ler esta passagem de São Paulo, pensei na minha acção enquanto leigo, enquanto trabalhador, enquanto esposo, enquanto pai, enquanto filho...
Diz a Doutrina Social da Igreja (DSI) que "a paz constrói-se dia-a-dia (...) essa paz, foi inscrita na sociedade humana pelo Seu Divino Fundador, e os Homens, desejosos, de uma justiça mais perfeita, procuram amadurecer e vivenciar essa Paz..."
Então enquanto instrumento da paz de Deus, devo esforçar-me, todos os dias, para promover essa paz, essa alegria de ser Filho de Deus Misericordioso, que me Ama e quer que eu também ame e sobretudo seja feliz por esse Amor, com esse Amor, nesse Amor...

Assim seja...

quinta-feira, 31 de março de 2016

Cristo Misericordioso, que caminha connosco...

"Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho..." Lc. 24, 13-25.

Ontem li e voltei a ler o Evangelho dos discípulos de Emaús, inquietou-me esta forma como Jesus se coloca "no" caminho dos discípulos, sem perguntar se os pode acompanhar, mas também sem perturbar os que caminhavam, depois vai entrando na conversa, questiona, não opina. Deixa que os discípulos exponham as suas inquietações e no silêncio da Sua humanidade, vai ganhado a confiança dos dois homens...

A Misericórdia de Deus, está também no acto de nos acompanhar, de nos escutar e também de nos interrogar. Ou seja, não é um Deus que nos impõe o que quer que seja, sem que tenha primeiramente ganhar a nossa confiança e amizade. E ainda que nós ignoremos as suas questões às nossas inquietações, Ele continua a pôr-Se a caminho connosco, numa caminhada silenciosa, mas sempre presente, pronto a nos questionar e amparar...

Diz o Papa Francisco "Humildade: Deus está ao nosso lado, caminha connosco e nos espera sempre. Também na nossa vida pessoal (...) E se Ele, quer entrar ou já entrou na nossa História, entremos nós também na Sua História, ou pelo menos peçamos que Ele escreva a nossa História: é segura!

Que eu tenha a humildade de deixar, sempre, que Deus me acompanhe e que faça sempre parte da minha história. Ámen!

sexta-feira, 29 de março de 2013

Senhor, lembra-Te de mim...


“Senhor, Lembra-te de mim quando entrares no teu reino” – Lc 23, 42


Nos derradeiros suspiros, o ladrão crucificado ao lado de Cristo, tem uma atitude no mínimo surpreendente! Suspenso na cruz, sabendo que não havia mais nada para além de uma morte angustiante, humilhante e dolorosa, sobre o madeiro, o ladrão não tem nada a perder e faz este pedido a Jesus…

Oportunidade ou atitude de humildade? O desespero ou arrependimento do ladrão, tocaram Jesus, que revela a sua misericórdia até ao fim, ao dar aquele homem, desconhecido, o perdão e a consolação da absolvição: “Hoje, estarás comigo no paraíso.” – respondeu Jesus ao Ladrão

Dois pontos de destaque e reflexão, neste breve diálogo entre o ladrão e Jesus, ambos crucificados:
  • 1) O pedir perdão pelas suas faltas.
  • 2) Reconhecer a misericórdia de Deus.
O Papa Francisco, surpreendeu o mundo ao focar estes dois pontos na sua primeira oração do “Angelus” – “Deus nunca se cansa de perdoar, mas nós às vezes cansamo-nos de pedir perdão. Não nos cansemos jamais, nunca nos cansemos [de pedir perdão]! Ele é o Pai amoroso que sempre perdoa, cujo coração é cheio de misericórdia por todos nós.”
Que o Senhor, tenha misericordia de nós, que somos pecadores...
 
 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Silêncio! vou-me encontrar com Deus...!

Hoje, vivemos envolvidos com tantas coisas, que por vezes é-nos impossível parar, chegando ao ponto de muitas das vezes termos mesmo receio de abrandar este remoinho que nos movimenta no nosso dia-a-dia.

Hoje, terminamos o dia a programar já o próximo, deitamo-nos cansados, dormimos inquietados e acordamos stressados!

O silêncio quase que perdeu o sentido, e quando o temos, chega a ser perturbador! Já não sabemos fazer nem estar em silêncio, ou melhor não podemos estar em silêncio, porque isso é não fazer nada, e hoje não podemos parar, é quase impossivel estar parado... ficar parado é perder o barco...

No sábado passado, tive a graça, de participar numa oração de Taizé. No início da oração o orientador, dizia que o que os jovens procuram em Taizé, não são as palavras dos homens ou o balbuciar de orações, em Taizé procura-se o encontro pessoal e intimista com Deus, como? No silêncio.
No fim da oração, dei graças a Deus, por me ter proporcionado aqueles momentos com Ele, que me fez ver o tão importante que é parar uns momentos… o tão importante é estar com Deus…o tão importante que é fazer silêncio…